Banda Marcial de Cubatão comemora 25 anos com concerto especial na cidade
Apresentação será neste sábado (8), às 20h30, no Bloco Cultural.
A Banda Marcial de Cubatão na versão de Orquestra de Metais será destaque neste fim de semana na cidade com a apresentação “25 anos da Banda Marcial”. Vai ser sábado, 8/8, às 20h30, no Bloco Cultural (Pça. dos Emancipadores, s/nº), com entrada franca. Desta vez, a Marcial divide o palco com seu Corpo Coreográfico e tem participação especial da cantora Marcela Oliveira.
Mas a novidade e principal atração será a participação da cantora Kika Willcox, de Santos. O repertório inclui pérolas do jazz, lindamente já interpretadas por feras da músicas como “All right, ok, you win” (Sid Wyche e Mayme Watts), “Hit the world, Jack” (Percy Mayfield), “Sweet Georgia Brown” (Bernie, Pinkard e Casey). Músicas da nova geração jazzística também compõem o programa como “Rehab” (Amy Whinehouse), entre outros.
A história da parceria da Marcial e Kika teve início há alguns anos, quando o maestro Alexandre Felipe Gomes, regente da Banda, acompanhou um show de Kika com o trombonista Bocato. “Tive certeza de que Banda Marcial e Kika Willcox seria uma parceria incrível, como de fato já aconteceu no Santos Jazz Festival este ano. O repertório é de muita classe e uma nova experiência para os jovens músicos”, afirma o maestro.
As músicas foram escolhidas pela artista, a partir do conhecimento que ela tem do jazz ao longo da sólida carreira. São canções que Kika escuta desde pequena e que fazem parte do seu repertório, além de releituras de artistas mais pops como “Don’t worry about the things” e “Sir Duke”, de Stevie Wonder, incluídas na apresentação.
Kika sente-se lisonjeada em dividir o palco com a Marcial. Para ela, mesmo já há 20 anos na estrada, é um desafio cantar com uma orquestra, lendo arranjos, bem diferente de se apresentar com uma banda pequena, onde qualquer deslize pode ser transformado em improviso. “Fiquei impressionada com a maneira com que o maestro Alexandre conduz dos 57 músicos, o profissionalismo, a paciência dele. No entanto, o que mais chamou minha atenção foi a disciplina dos instrumentistas, a aptidão e facilidade com que entenderam os arranjos compostos pelo Mário Tirolli. Tudo de primeira!”, disse.

A HISTÓRIA DA BANDA MARCIAL | A Banda Marcial surgiu como Fanfarra Municipal. Teve apenas dois meses de ensaio para fazer bonito na avenida, naquela época. “Nosso uniforme era bem simples: boné e camiseta azuis de mangas compridas, luvas, calça e tênis branco”, lembra, com carinho, Alexandre Felipe Gomes, criador da Marcial e seu regente apaixonado até hoje.
O maestro conta que o grupo era pequeno, formado por 40 músicos e seis bailarinas da Linha Frente. As atividades aconteciam na Escola Estadual Castelo Branco porque um chefe da Secretaria Municipal de Educação à época achou que o projeto não iria pra frente. Nos primeiros ensaios, alguns professores reclamavam do “barulho” que a fanfarra fazia na quadra, mesmo fora do período de aulas.
Mas foi durante a primeira apresentação, na Avenida Nove de Abril, que a comunidade e o governo se renderam à qualidade da então Fanfarra Municipal, que surgiu num período em que o regente também era maestro da Banda Sinfônica. “A Sinfônica tinha um repertório bastante elaborado, por isso, optei em dar à então fanfarra uma característica popular, com arranjos e repertórios diferenciados. O sucesso foi imediato!”, lembra Alexandre. A Fanfarra foi campeã diversas vezes em festivais regionais e vice em um campeonato paulista. “Não fomos muito longe (risos). Tocávamos para agradar ao público e não os jurados”, brinca.
Em 2001, a Fanfarra Municipal e Linha de Frente foram incorporadas à Administração Municipal, tornando-se Banda Marcial de Cubatão & Corpo Coreográfico. Eram ainda os primeiros passos como Marcial e optou-se por um trabalho que fosse referência na Região, destacando, mais uma vez, o pioneirismo de Cubatão quando o assunto é música. “Queria que o nosso trabalho fosse de qualidade. Então, criamos uma banda de metais que passou a levar nossa música a teatros, museus, escolas, espaços culturais, parques de toda a Região. Passamos a fazer parcerias com corais adultos e jovens, equipes de dança, cantores regionais… Isso nos proporcionou inúmeros espetáculos e um repertório pra lá de abrangente”, comenta Gomes.
O maestro destaca a importância do trabalho social da Fanfarra e, posteriormente da Marcial, dando oportunidade a centenas de jovens cubatenses de terem uma vivência artística, alicerce para a formação dos instrumentistas. “Muitos músicos que hoje estão em orquestras e bandas sinfônicas Brasil afora começaram conosco, na Fanfarra Municipal. Gente que hoje atua na Orquestra Sinfônica Brasileira, de São Paulo e de Porto Alegre, Orquestra Baccarelli e do Teatro Municipal de São Paulo, Banda dos Fuzileiros Navais do Rio de Janeiro, entre tantas outras. É gratificante ver o progresso desses artistas que iniciaram ainda adolescentes ao nosso lado”, relembra.